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COMO É A TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL
COMO É A TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL

Para Wright (2008, p.15) “a prática clínica da terapia cognitivo-comportamental (TCC) baseia-se em um conjunto de teorias bem-desenvolvidas que são usadas para formular planos de tratamento e orientar as ações do terapeuta”. A mesma é uma prática criada e fundamentada pela teoria de Aaron Beck (Terapia Cognitiva), somada a teoria de Albert Bandura (Teoria Social Cognitiva - Auto-eficácia) e de Skinner principalmente se tratando de Comportamentalismo (Condicionamento Operante). O postulado da teoria de Bandura (Social Cognitiva) fora propício ao surgimento da Terapia Cognitivo-Comportamental, pois, para o mesmo sendo Behaviorista, às ações humanas sim, dava-se por estimulações do ambiente com o contribuinte condicionante; mas que não se poderia negar que às mesmas, também eram conduzidas por processos cognitivos (afetos, memórias, esquemas etc), sendo assim a entendida como aprendizagem social; consoante Friedberg & McClure (2004) citam: “Em resumo, a teoria da aprendizagem social (Bandura, 1977; Rotter, 1982) parte do pressuposto de que o ambiente, as características temperamentais e o comportamento situacional de uma pessoa determinam-se reciprocamente e que o comportamento é um fenômeno dinâmico, em evolução. Os contextos influenciam comportamento, e este, por sua vez, molda os contextos [...]” (p. 14). Para tanto, fora preciso desenvolver um modelo cognitivo-comportamental, já que a princípio as duas práticas eram independentes (Terapia Cognitiva e Análise do Comportamento). Foram unidas a partir dos esforços de Aaron T. Beck (1963-1964) aplicando intervenções cognitivas e comportamentais a transtornos emocionais, e ganhando corpo com a adesão da teoria dos constructos pessoais de kelly (1955) e da terapia racional-emotiva de Ellis (D.A.CLARK et al., 1999; RAIMY, 1975 apud WRIGHT, 2008, p. 16). Hawton e cols. (1997, p.16) afirmam que “na abordagem cognitivo-comportamental dá-se ênfase considerável à expressão de conceitos em termos operacionais e à comprovação empírica do tratamento”. Já Rangé (2001, p.35) por sua vez cita que a TCC “é uma modalidade terapêutica desenvolvida a partir dos princípios de aprendizagem e, posteriormente da ciência cognitiva, conforme estabelecida pela ciência experimental”.Segundo Cordioli (1998, p. 210) na terapia cognitiva os principais elementos são os esquemas, crenças adjacentes, pensamentos automáticos e distorções cognitivas. Uma situação (evento) desencadeia pensamentos (avaliação cognitiva), que por sua vez trás consigo uma reação (emoção e comportamento). Para Beck (1997, p.29) esse modelo levanta a hipótese de que as emoções e comportamentos das pessoas são influenciados por sua percepção de eventos. A psicoterapia cognitiva baseia-se no modelo cognitivo - afeto e comportamento são influenciados pelo modo como o sujeito estrutura o mundo (RANGÉ, 2001). Para a ciência cognitiva nossas deduções sobre nossas experiências, a ocorrência e controle, sugere uma relação com o fenômeno das relações entre os eventos. Popper (apud Beck, 2000, p.24-25) descreve um sistema rigoroso, elaborado e bem construído segundo seu enfoque, que chama de “sistema axiomatizado” os quais podemos definir: Esquemas, Atribuição de Significado, Influência, Especificidade do Conteúdo Cognitivo, Distorções Cognitivas, Vulnerabilidade Cognitiva, Tríade Cognitiva (Self + Ambiente + Objetivos), Significados públicos, pessoais ou privado, Três níveis de Cognição (Pré-Consciente, Consciente e Nível Metacognitivo), Estruturas Teleonômicas. Na percepção dos acontecimentos que acometem o cliente da TCC, levamos sempre em consideração esses dez itens, ou como citam Friedberg e McClure (2004, p. 16) “a terapia cognitiva fornece um modelo útil através de um entendimento da hipótese da especificidade do conteúdo, a qual postula que diferentes estados emocionais são caracterizados por diferentes cognições”. Beck (1997, p.32) cita que “é essencial para o terapeuta aprender a conceituar as dificuldades do paciente em termos cognitivos, a fim de determinar como proceder na terapia”. No modelo de análise comportamental, o terapeuta Cognitivo-Comportamental deve realizar uma avaliação inicialmente seguindo este esquema, como bem destaca Caballo (2002, p.81-89): a) Seleção e descrição dos comportamentos-problema; · Comportamento mais incômodo; · Comportamento mais fácil de ser modificado; · Comportamento que provoque máxima generalização dos efeitos terapêuticos; · Primeiro comportamento da cadeia comportamental. b) Queixa – o que o paciente nos traz; c) Demanda – o que o terapeuta observa; d) Descrição – compreensão do comportamento-problema, através do modelo de aprendizagem: · Condicionamento Clássico (Pavlov); · Condicionamento Operante (Skinner); · Aprendizagem Social (Bandura). e) Seleção de técnicas de intervenção como as quais se atuará sobre os comportamentos descritos na etapa anterior (Comportamento Meta); f) Avaliação dos efeitos provocados pela intervenção realizada (Qual o grau de evolução?).Para o Terapeuta de TCC o importante é reestruturar os esquemas e aliviar os sintomas de seu cliente. Por isso, o Terapeuta Cognitivo-Comportamental trabalha sempre diante a perspectiva de especificidade, ou seja, sua intervenção necessita de seu psicodiagnóstico (hipótese diagnóstica), e da conceituação do caso para que aconteça o melhor trabalho terapêutico (comportamento-problema). A estrutura básica de uma sessão remete a: 1. Verificação do Humor; 2. Resumo da tarefa; 3. Estabelecimento de Roteiro; 4. Resumo da Sessão; 5. Feedback; 6. Estabelecer Tarefas para casa.A terapia Cognitivo-Comportamental além de tudo que já fora citado utiliza um N grupo de técnicas como, por exemplo: Identificação e automonitoração de pensamentos negativos (disfuncionais); identificação da relação entre pensamentos negativos e as crenças e os sentimentos subjacentes; identificação e aprendizado de padrões de pensamentos disfuncionais e adaptativos; teste de realidade dos pressupostos básicos: visão de mundo e de si; distanciamento; descentralização; reatribuição; descastratofização; treinos de respiração e de relaxamento muscular; habituação; treino de assertividade; auto-instrução; treino de habilidades sociais; e etc. (RANGÉ, 2001). Referências: BECK, Aaron T.; ALFORD, Brad A. O poder integrador da terapia cognitiva. Porto Alegre: Artmed, 2000. ____, Judith S. Terapia Cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. CABALLO, Vicente. Manual de Técnicas de Terapia e Modificação de Comportamento. São Paulo: Editora Santos, 2002. CORDIOLI, Aristides Volpato. Psicoterapias: Abordagens Atuais. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. FRIEDBERG, Robert D.; McCLURE, Jessica M. A prática clínica de terapia cognitiva com crianças e adolescentes. Porto Alegre: Artmed, 2004. HAWTON, K.; SALKOVSKIS, P. M.; KIRK, J. & CLARK, D.M. Terapia cognitivo-comportamental para problemas psiquiátricos: um guia prático. São Paulo: Martins Fontes, 1997. RANGÉ, Bernard. Psicoterapia Comportamental e Cognitiva: pesquisa, prática, aplicações e problemas. Campinas – SP: Livro Pleno, 2001. _____________. Psicoterapias Cognitivo-Comportamentais: um diálogo com a psiquiatria. Porto Alegre: Artmed, 2001. WRIGHT, Jesse H. Aprendendo a terapia cognitivo-comportamental: um guia ilustrado. Porto Alegre: Artmed, 2008.